Sistema Financeiro Brasileiro: prevenção de fraudes é prioridade para empresas do setor
Medida aprovada pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central visa padronizar procedimentos e controles no acesso a dados e informações utilizadas pelas instituições financeiras com o objetivo de mitigar as defraudações. Qual é a relação e a importância de programas antifraudes para a segurança?
O sistema financeiro brasileiro tem se preocupado com a segurança e com as fraudes. Com isso, bancos e instituições financeiras passaram a buscar por medidas de segurança avançadas para proteger os clientes e evitar atividades fraudulentas.
De acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022, realizada pela Deloitte, o orçamento total dos bancos brasileiros destinado à tecnologia avançou 18% de 2021 para 2022, alcançando a marca de R$ 35,5 bilhões.
Apesar da conscientização e da abertura para adicionar novas tecnologias em suas infraestruturas, legislações para validar e verificar a postura de cada instituição eram requeridas para regulamentar o setor.
Sendo assim, a Resolução Conjunta nº 6/2023, que trata sobre os requisitos para compartilhamento de dados e informações sobre indícios de fraudes a serem observados pelas instituições financeiras, foi recentemente publicada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central (BC).
Ela prevê que as instituições financeiras autorizadas pelo BC deverão começar a compartilhar entre si dados e informações sobre fraudes no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
“A norma permitirá o aprimoramento da capacidade das instituições supervisionadas de prevenção de fraudes, bem como melhorar seus controles internos.” (Banco Central)
Mesmo com a norma vigente, o sistema financeiro brasileiro deve continuar olhando para o cumprimento da LGPD no que tange à proteção de dados, bem como na adoção de estratégias e tecnologias para combater as fraudes.
Tecnologias em destaque para a prevenção de fraudes
O BC também estabelece regulamentações e diretrizes para garantir a segurança no sistema financeiro e combater fraudes. Desta forma, os bancos são obrigados a seguir essas normas e implementar controles internos. Além dessas medidas, tecnologias de segurança são recomendadas, tais quais:
• Autenticação em dois fatores: Muitos bancos brasileiros implementaram a autenticação em dois fatores (2FA), exigindo que os clientes forneçam mais do que apenas uma senha para acessar suas contas. Isso pode envolver o uso de códigos de verificação enviados por SMS, aplicativos de autenticação ou dispositivos de segurança físicos.
• Monitoramento de transações: Os bancos brasileiros monitoram ativamente as transações realizadas pelos clientes em busca de atividades suspeitas. Se uma transação fora do padrão é identificada, o banco pode entrar em contato com o cliente para verificar a autenticidade da transação.
• Inteligência Artificial e Machine Learning: O uso de técnicas avançadas de IA e ML permite que as instituições identifiquem padrões de comportamento e atividades fraudulentas com maior precisão. Algoritmos são desenvolvidos para detectar atividades suspeitas e analisar grandes volumes de dados para identificar possíveis fraudes.
• Criptografia e segurança de dados: Os bancos brasileiros utilizam tecnologias de criptografia para proteger as informações dos clientes. As transações e dados confidenciais são criptografados para que possam ser transmitidos com segurança e armazenados de forma protegida.
• Educação do cliente: Os bancos também investem na educação dos correntistas para aumentar a conscientização sobre os riscos de fraude e a levá-los a seguirem as melhores práticas de segurança. Isso inclui fornecer informações sobre como identificar e relatar possíveis tentativas de fraude. É importante ressaltar que, mesmo com todas essas medidas de segurança, é fundamental que os clientes também adotem práticas de segurança, como manter senhas seguras, não compartilhar informações confidenciais e ficar atentos à atividades suspeitas em suas contas bancárias. A segurança no sistema bancário é uma responsabilidade compartilhada entre os bancos e os clientes.
Por que criar programas antifraude no sistema financeiro?
São inúmeros os motivos pelos quais as instituições financeiras devem aderir à programas antifraude. Dentre os principais motivos e benefícios, estão:
• Proteção dos clientes: estes programas auxiliam na proteção dos clientes no que tange a terem suas informações pessoais e financeiras comprometidas. Isso é especialmente importante no contexto bancário, onde os clientes confiam suas economias e informações sensíveis aos bancos. A prevenção de fraudes garante que os clientes possam realizar transações de forma segura e confiável, evitando perdas financeiras e danos à sua reputação.
• Preservação da confiança no sistema financeiro: quando o mercado e os clientes confiam em um banco ou instituição financeira, eles estão mais propensos a realizar transações e investimentos. A existência de programas antifraudes ajuda a preservar essa confiança, demonstrando que o sistema financeiro está comprometido em proteger os interesses e os ativos dos clientes.
• Prevenção de perdas financeiras: as fraudes financeiras resultam em perdas significativas. Assim, o objetivo do programa é identificar e mitigar riscos, evitando prejuízos financeiros decorrentes de atividades fraudulentas, o que é especialmente importante considerando que o impacto pode ser em larga escala, afetando o sistema financeiro como um todo.
• Cumprimento das regulamentações e obrigações legais: visto que as instituições financeiras são obrigadas a cumprir regulamentações e leis específicas relacionadas à prevenção de fraudes e à segurança dos dados dos clientes, implementar programas antifraudes é uma forma de garantir a conformidade com essas obrigações legais, protegendo a instituição de possíveis sanções e penalidades.
• Eficiência operacional: pode haver o aumento da eficiência operacional das instituições financeiras. Por meio do uso de tecnologias avançadas, como Machine Learning e análise de dados, é possível automatizar a detecção de atividades suspeitas, minimizando o tempo e os recursos gastos na investigação manual de casos de fraude.
• Acompanhamento das mudanças tecnológicas: com o avanço da tecnologia, surgem também novas formas de fraudes e crimes cibernéticos. Dessa forma, os programas antifraude passam a acompanhar as mudanças e se adaptar para enfrentar os desafios emergentes. Isso envolve o uso de tecnologias avançadas, como IA, ML e análise de dados, para detectar padrões suspeitos e identificar possíveis fraudes.
Em resumo, os programas antifraudes no sistema financeiro são essenciais para proteger os clientes, preservar a confiança no sistema financeiro, evitar perdas financeiras, cumprir as obrigações legais e acompanhar as mudanças tecnológicas. Essas medidas são parte integrante da segurança e da integridade do sistema financeiro como um todo.
Por isso, contar com um time de especialistas em todas as etapas do processo auxilia as instituições do sistema financeiro brasileiro a criarem um plano completo de cibersegurança que cumpre com todos os requisitos legais. Assim também como entrega a infraestrutura que será requirida e o monitoramento ininterrupto das atividades, com o foco na prevenção das fraudes e dos prejuízos financeiros.