DevSecOps: camadas de proteção desde o desenvolvimento reduzem consideravelmente as vulnerabilidades dos sistemas corporativos
Dentre os principais desafios das organizações, a proteção dos sistemas operacionais é um dos mais cruciais. Para minimizar os riscos, é preciso ter uma boa estrutura organizacional focada em desenvolvimento, segurança e operações.
A origem dos sistemas utilizados atualmente nas empresas é da década de 1940, período em que surgiram os primeiros computadores e o início das novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Nesta fase, as pesquisas e o aprimoramento eram focados no hardware. Entretanto, a partir dos anos 2000, se iniciou a era da Tecnologia Aplicada aos Negócios — esta indica que o hardware chegou ao máximo de seu potencial e, desde então, a evolução é o software.
Conhecidos também como sistemas de informações operacionais, os softwares são responsáveis por processar dados de diversas formas e tipos, sendo fundamentais para a Transformação Digital dos negócios. Porém, o desenvolvimento deles pode apresentar brechas, deixando-os vulneráveis às ações de cibercriminosos. Como alternativa para minimizar esse problema, é recomendável adotar uma infraestrutura de DevSecOps.
DevSecOps é a abreviação de desenvolvimento, segurança e operações. Representa uma evolução natural e necessária na forma de criar um sistema, pois integra a segurança de aplicação e infraestrutura em processos e ferramentas Agile e DevOps, automatizando a entrega segura sem desacelerar o ciclo de desenvolvimento de software. (IBM)
Antes, os times de tecnologia apostavam no rápido desenvolvimento e operacionalização dos processos internos. Somente depois de prontos, as equipes de segurança tinham acesso aos códigos, dificultando o monitoramento das aplicações.
Ao integrar a camada de segurança durante a construção, diminui as vulnerabilidades e se amplia a proteção dos ambientes corporativos.
Software seguro desde o dia 0
Até 2020, 93% das implantações analisadas em nuvem não tinham serviços bem configurados, 91% continham possíveis exposições de rede e 72% tinham chaves privadas codificadas, gerando credenciais desprotegidas, de acordo com o relatório “The State of DevSecOps”. Essas informações revelam que usuários não autorizados poderiam utilizar os sistemas, funcionando como uma potencial ameaça.
Por outro lado, o aumento de 10% das invasões e crimes cibernéticos de computação em nuvem, em 2021, alerta para a má configuração dos dispositivos e aplicações. Sendo que a falta de habilidade para coordenar os serviços estão presentes em 45% das empresas, enquanto apenas 16% possuem uma solução de DevSecOps.
Isso porque, antes de estabelecer essa infraestrutura, as organizações enfrentam três principais desafios. Conheça-os a seguir:
-
- Equipes autônomas com ferramentas diversas para a construção de sistemas. Os softwares utilizados pelas companhias não são todos produzidos internamente, o que adiciona uma cama extra de preocupação aos times de segurança, pois precisam fazer uma varredura em todos os códigos para mitigar os riscos de invasões.
-
- Uso de diversas ferramentas e fontes de informações de segurança. Quando os times de TI e cibersegurança não estão integrados, o parque tecnológico não é de conhecimento de todos, o que exige o uso de diversos recursos, muitas vezes semelhantes e que deixam o ambiente empresarial mais vulnerável às ações cibercriminosas.
- Orientação de segurança com reconhecimento de identidade e contexto para equipes de desenvolvimento. Os times responsáveis por construir os softwares não contam com um plano de segurança, o que pode deixar os códigos desprotegidos.
Incluir a segurança em todos os processos, diminui chances de quebra e invasão dos sistemas, além de os times de cibersegurança realizarem o monitoramento constante de todo o ambiente corporativo.
DevSecOps: a evolução para alcançar segurança e produtividade
Ao compreender a importância da segurança em todo o processo de desenvolvimento dos softwares, as empresas passaram a adotar o DevSecOps. De acordo com o relatório Cloud Security Alliance (CSA) 89% das organizações já estão em fase de planejamento, projeto ou implementação.
No estágio inicial é preciso reforçar que segurança é responsabilidade de todos e, tendo como base o security design, aparece como a maneira mais eficaz de minimizar as vulnerabilidades futuras dos sistemas.
“Os riscos de segurança inerentes às intrincadas interações atuais entre várias camadas de tecnologia, juntamente com a natureza globalmente interconectada e sempre ativa dos aplicativos foram agravados por vulnerabilidades latentes em sistemas, software e hardware.” (John Yeoh, Vice-Presidente Global de Pesquisa da Cloud Security Alliance)
Para que as empresas passem de um ambiente que sofre as ações de agentes mal-intencionados para uma estrutura que consiga adquirir vantagens com as brechas de segurança, a CSA propõe seis pilares de DevSecOps para fornecer uma estrutura holística que combina as operações tradicionalmente isoladas: desenvolvimento, operações de infraestrutura e segurança da informação, em um grupo coeso que facilita a criação de software seguro. São elas:
- Responsabilidade coletiva
- Colaboração e integração
- Implementação pragmática
- Conformidade e desenvolvimento
- Automação
- Medição, monitoramento, relato e ação
Toda essa integração parte de uma mudança de mentalidade da corporação e do trabalho conjunto dos times internos, capitaneados e apoiados pelos profissionais do SOC (Centro de Operações de Segurança).
Eles são os responsáveis pela consultoria desde o dia 0 do projeto, mitigando os riscos e incluindo os códigos de segurança. Além de realizarem o monitoramento constante de todas as aplicações, visando a proteção dos ambientes corporativos.